A AkzoNobel e a Axalta Coating Systems anunciaram, nesta terça-feira (18), um acordo definitivo para uma fusão integral em ações, criando uma das maiores empresas de tintas e revestimentos do mundo. Avaliada em cerca de US$ 25 bilhões, a nova companhia combinará portfólios complementares, forte presença global e investimentos robustos em inovação.
Com receita conjunta de US$ 17 bilhões e atuação em 160 países, a fusão une duas marcas de referência para ampliar a capacidade tecnológica, fortalecer canais de distribuição e entregar soluções mais completas para o mercado — incluindo segmentos como tintas decorativas, repintura automotiva, indústria, marítimo, proteção, aeroespacial e mobilidade.
Sinergias e crescimento acelerado
A integração das duas operações deverá gerar aproximadamente US$ 600 milhões em sinergias de custos, sendo 90% capturadas nos três primeiros anos após o fechamento da transação. Segundo as empresas, essas sinergias virão principalmente da otimização de compras, ganhos operacionais, ajustes administrativos e maior eficiência logística.
A companhia combinada também terá um perfil financeiro robusto, com margens EBITDA ajustadas próximas de 20%, geração de caixa expressiva e investimento anual de US$ 400 milhões em pesquisa e desenvolvimento. Ao todo, serão 91 centros de P&D e cerca de 4.200 profissionais de pesquisa e engenharia atuando no desenvolvimento de novas tecnologias e soluções de alto valor agregado.
Liderança e governança
A nova empresa terá um Conselho de Administração unitário, presidido por Rakesh Sachdev, atual chair da Axalta. O CEO da organização combinada será Greg Poux-Guillaume, atual CEO da AkzoNobel, enquanto Chris Villavarayan, CEO da Axalta, assumirá o cargo de vice-CEO. O CFO será Carl Anderson, que atualmente ocupa a mesma função na Axalta.
A companhia terá sedes administrativas em Amsterdã e Filadélfia, com domicílio nos Países Baixos, e listagem única na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), após um período inicial de dupla listagem.
O que essa fusão representa para o setor
A união entre AkzoNobel e Axalta reforça uma tendência de consolidação global na indústria de tintas e revestimentos, com impacto direto sobre inovação, escala produtiva e competitividade. Com portfólios fortemente complementares — da repintura automotiva às tintas decorativas, passando por revestimentos industriais, marítimos e aeroespaciais —, a nova empresa se posiciona como uma fornecedora estratégica para clientes de todos os portes e segmentos.
Para distribuidores, varejistas e profissionais do setor, a fusão abre caminho para:
- portfólio ampliado de produtos e tecnologias;
- maior acesso a soluções globais com presença local fortalecida;
- avanço mais rápido em inovação, com intercâmbio de melhores práticas;
- suporte técnico aprimorado e maior cobertura geográfica;
- integração de marcas e serviços com potencial de elevar a competitividade do canal.
Declarações dos executivos
Greg Poux-Guillaume, CEO da AkzoNobel, destacou que a fusão abre um novo capítulo na história das empresas. “Esta fusão nos permitirá acelerar nossas ambições de crescimento, reunindo tecnologias complementares e equipes apaixonadas para liberar todo o nosso potencial conjunto. Estou animado para liderar nossos times talentosos, trazendo o melhor de ambas as empresas para nossos clientes e acionistas.”
Chris Villavarayan, CEO da Axalta, reforçou o impacto estratégico da integração. “Unimos plataformas de excelência para fortalecer a inovação e aprofundar o relacionamento com os clientes. Juntas, AkzoNobel e Axalta estão posicionadas para trilhar um caminho lucrativo e sustentável como líder global da indústria.”
Cronograma e estrutura da transação
Pelo acordo aprovado pelos conselhos das duas empresas, os acionistas da Axalta receberão 0,6539 ação da AkzoNobel para cada ação que possuírem. A conclusão da transação está prevista para o fim de 2026 ou início de 2027, dependendo das aprovações regulatórias e societárias.
Até lá, programas de recompra de ações estão suspensos, e somente dividendos ordinários serão distribuídos — com exceção de um dividendo especial de € 2,5 bilhões pago pela AkzoNobel antes do fechamento.
