O final do ano é um período que muitos comerciantes conseguem tradicionalmente aumentar o nível das vendas. As pessoas se mostram mais festivas e interessadas em dar mais conforto e beleza para suas residências e ambientes de trabalho. Dentro desse cenário, a tinta tem papel preponderante nessa transformação, seja para uma decoração temporária, natalina, ou para renovar o visual dos espaços para o próximo ano. Tal característica do mercado precisa ser explorada em todos os seus detalhes. No entanto, diante do atual momento da economia, o empresário precisa redobrar a atenção com a concessão de crédito aos consumidores. A crise e as contas para pagar fazem com que alguns comerciantes se esqueçam, no afã de fechar a venda, de tomar certos cuidados básicos inerentes ao negócio.
Sem dúvida, é necessário proporcionar todas as facilidades de compra à clientela, mas desde que essa política não seja motivo de dores de cabeça no futuro. Com os juros exorbitantes, muitas empresas estão recorrendo ao velho expediente de parcelar as compras por meio de cheques pré-datados. Quero deixar bem claro que não sou contra esse artifício, pois, muitas vezes, a realidade obriga a tomar certas medidas. No entanto, o comerciante precisa se cercar de todas as garantias, inclusive em relação a clientes tradicionais. Pior do que não vender, é ficar com cheques sem fundos nas mãos e sem a mercadoria. Recomenda-se muita atenção, pois as principais pesquisas em relação a cheques devolvidos estão demonstrando uma tendência preocupante de alta para os próximos meses.
O lojista precisa também ter atenção para não exagerar na reposição de estoques. Muitas empresas assumiram com o tempo e a evolução de seus negócios o compromisso de manter um determinado volume de compra com seus fornecedores. O problema é que a atual situação do mercado mostra que o acordo firmado pode estar completamente fora da realidade. Não perca tempo e comece a renegociar tais parcerias, pois é preciso readequar os estoques e as compras à demanda dos consumidores. Além disso, o capital de giro e a liquidez serão em 2016, mais do que nunca, pontos fundamentais para manter a saúde financeira da organização. Muitas vezes, é preciso dar um passo para trás para garantir continuar avançando.
Reinaldo Pedro Correa
Presidente do Sincomavi