Por
que muitas madeiras, tais como postes, mourões, cais e vigas de construção
civil, são resistentes ao sofrer ataques de cupins e fungos mesmo quando
expostas ao ar livre? Um dos principais motivos é que essas madeiras, que são
provenientes de uma cadeia produtiva legal, são submetidas a um processo de
tratamento industrial que as protege dos chamados organismos xilófagos
(“comedores de madeira”).
Esse processo conta com o uso de preservativos (também chamados de
preservantes) de madeiras, que são substâncias químicas capazes de serem
completamente distribuídas nesse substrato a ponto de garantir a resistência
contra os organismos que destroem a madeira. O processo é realizado pela
utilização de um sistema de vácuo-pressão em autoclaves – verdadeiras câmaras
de enorme volume responsáveis pela imunização das madeiras pelos produtos
químicos.
Entre as categorias de preservativos de madeira mais conhecidos estão os
compostos orgânicos, os de boro e os compostos de cobre. Estes últimos têm
passado por um processo de evolução na indústria por uma série de fatores,
entre eles o fato de promoverem uma boa efetividade na madeira e não deixarem
resíduos superficiais, explica Jackson Vidal, químico especialista em madeira
da Montana Química.
“O arseniato de cobre cromatado (CCA), por exemplo, além de garantir segurança
e longevidade em situações de maior agressividade biológica, oferece
durabilidade comprovadamente maior às superfícies, quando combinado com
acabamentos. O CCA não altera a combustibilidade nem aumenta a corrosividade
aos metais em contato com a madeira”, explica o especialista da Montana,
que tem em seu portfólio o Osmose K33 C.
Outro benefício dessa categoria de preservativos é que mantém inalterada a
condutividade elétrica da madeira. “É um fator de enorme importância tanto
em postes de madeira para redes de energia elétrica como para dormentes de
ferrovias”, lembra Jackson Vidal.
Essa versatilidade permite ao produto ser usado na construção civil, rural,
marítimo-fluvial, transportes, eletrificação e telefonia, indústria, entre
outros. “É importante também checar se os preservativos de madeira atendem
às normas NBR 9480, NBR 16.202 e NBR 16.143, além de possuir formulação em
conformidade com o “Standard P23″ da American Wood Protection
Association (AWPA)”, afirma o especialista.
2021-02-19