Papo de lojistas aponta para retomada do mercado

O Papo de lojista desta quinta-feira (18) trouxe um alento aos revendedores de tintas. Em meio a um cenário de tamanha incerteza, os participantes foram unânimes ao afirmar que há uma tendência de melhora do mercado. Eles comentavam os números do relatório da “Cielo”, que analisa o varejo no Brasil. Em especial o crescimento de 28% na semana passada, em comparação com fevereiro, no setor de materiais de construção – grupo econômico no qual o varejo de tintas está inserido.

O Papo de lojista debateu a importância estratégica de produtos “não tintas” no comércio especializado com Emil Szabo Jr., especialista de Produtos Walcom, Wagner Martinez, gerente comercial da WBR/Wagner, e Maurucio Galhardi, gerente comercial da Atlas. A conversa foi mediada pelo jornalista Rodrigo Zevzikovas.

Esta teoria ganha ainda mais força com o estudo da Juntos Somos Mais, joint venture entre Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre, que aponta aumento de 8% nas vendas da indústria para o varejo no mês passado, também em relação ao segundo mês do ano.

“A queda em materiais de construção foi bem menor do que em outras atividades. Na maior parte das cidades, o setor foi considerado como comércio essencial. Além disso, atribuímos o desempenho também aos consumidores ficando muito mais tempo em casa”, diz Antonio Serrano, presidente da Juntos Somos Mais.

Segundo o material, durante a quarentena, o consumidor sentiu necessidade de fazer reparos em casa e isso aumentou a demanda por materiais de construção. Neste contexto, materiais de acabamento registraram uma procura maior do que materiais básicos, como cimento, por exemplo.

O e-commerce também cresceu na quarentena. As vendas online não são uma prática tão comum entre as empresas do setor: em uma pesquisa com cerca de 1.200 lojistas, apenas 24% vendiam pela internet antes da pandemia. Mas com a quarentena, houve um aumento de 50% das empresas que passaram a apostar no e-commerce.

O levantamento mostrou ainda que as lojas buscaram mais crédito durante a pandemia. Cerca de 56% precisaram de empréstimos; 6% disseram que a solicitação de crédito foi reprovada pelo banco; 13% afirmaram que as condições não eram aceitáveis, com taxas de juros elevadas e “impraticáveis”.

A situação é especialmente difícil para pequenas empresas. Estimativas da Junto Somos Mais revelam que das cerca de 136.000 lojas de materiais de construção no país, mais de 80% estão enquadradas no Simples Nacional.

Perspectivas

O estudo mostra que 30% das indústrias consultadas acreditam que o faturamento será até 10% menor neste ano e 20% afirmam que a retração das vendas será entre 10% e 30%. Por outro lado, 50% estimam que a receita ficará em linha com 2019.

O resultado do levantamento indica uma melhora de perspectiva quando comparada à pesquisa realizada em 17 de abril, quando apenas 22% das empresas acreditavam que, em 2020, teriam um faturamento próximo a 2019.

Papo de lojista

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