Abrafati 2019: Presidente da Artesp aborda as dificuldades de vender tintas nos dias de hoje

O presidente da Associação dos Revendedores de Tintas do Estado (Artesp), Jeanderson Ricardo Santaguita, participou do painel que fechou os trabalhos do primeiro dia da 16ª edição do Congresso Internacional de Tintas, na terça-feira feira (1), em São Paulo.

Ricardo falou sobre as dificuldades na comercialização de tintas no mundo atual. De acordo com ele, é fato que estamos vivendo a maior revolução tecnológica de todos os tempos, fato também que esta revolução não irá parar, e deverá mudar de maneira contínua o comportamento de consumo das pessoas. “Especificamente para nosso mercado, podemos identificar uma tendência à valorização do bem-estar e do estilo de vida. Neste caso, a procura por de itens ligados à reforma e decoração remetem ao uso da tinta, não somente pelas cores, mas pelas suas funcionalidades.”

O presidente da Artesp lembrou que produtos inovadores promovem fácil aplicação e propõe resultados funcionais à pintura, a exemplo de tintas laváveis, aplicação em uma única demão, efeitos decorativos e inúmeras tecnologias. Por isso, o consumidor brasileiro nunca teve uma relação tão próxima da tinta como presenciamos hoje, e alguns fatores contribuem para isso. “Campanhas institucionais, com o propósito de fomentar o consumo de tintas através das cores e suas tendências; Conteúdos na internet com tutoriais de aplicação de tintas e efeitos; Reality shows na TV sobre reforma e decoração; Pintores profissionais se organizam em movimentos para valorização de sua classe através da capacitação, e das boas práticas.”

Ele garantiu que as lojas de tintas estão preparadas para aproveitar essas oportunidades. “As revendas de tintas ao longo de sua história têm se mostrado muito competente em se adaptar as tendências e se manter essencial para distribuição de tintas, entretanto, no cenário atual, seu maior desafio é conectar-se às tendências de consumo e às expectativas dos seus consumidores.”

Ricardo explicou que a loja deve proporcionar uma experiência positiva aos seus consumidores, um layout inteligente e estratégico, numa jornada de compra que remete   a interação: produto>consumidor>vendedor.

“Sabemos que o gerenciamento por categorias já é adotado há algum tempo pelos Home Centers, mas nas lojas de tintas é uma prática recente, e já vem tomando proporções maiores em virtude dos bons resultados. O gerenciamento por categorias além dos benefícios na experiência de compra dos consumidores e no resultado para as lojas, gera uma interação indústria e varejo, extremamente benéfica e contributiva”, pontuou,

Interação indústria e varejo

O presidente da Artesp disse ter notado uma maior interação entre a indústria e o varejo, estratégias de sell out e ações de trade marketing, proporcionam melhorias significativas nos resultados das lojas e na aproximação dos consumidores com os produtos. “Treinamento e capacitação de vendedores, proporcionam excelentes resultados, principalmente no reconhecimento do conjunto: loja especializada=vendedores capacitados, elevando o protagonismo e a credibilidade da loja de tintas perante os consumidores.”

 A inserção nos meios digitais:

Outro desafio para as lojas de tintas, segundo ele, é a presença definitiva das lojas no mundo digital, criando conexões e gerando leads através de redes sociais, integrando loja física, loja virtual e consumidores, através do omnichannel.

Antes de encerrar sua fala, Jeanderson Ricardo Santaguita apresentou a Artesp aos presentes. Atualmente, a associação possui cerca de 4500 lojas afiliadas no Estado de São Paulo, sendo que aproximadamente 4000 destas lojas são de pequeno ou médio porte. Essas lojas são responsáveis pelo faturamento anual de R$ 8 bilhões de reais (tintas e correlatos), e aproximadamente 400 milhões de litros anuais, isso representa 80% do que é vendido de tintas, somente no estado de São Paulo.

Ciente da importância do papel das lojas de tintas para o setor,  e ciente da necessidade em adequá-las ao macroambiente e às macrotendências, criamos a Inteligência de Mercado Artesp, um conjunto de indicadores preditivos às tendências baseados em de dados extraídos de centenas de lojas como: faturamento,  linhas de produtos, número de funcionários, tamanho das lojas,  áreas dedicadas ao atendimento dos seus clientes, etc.

Cruzando estas informações com pesquisas de comportamento de consumo, teremos condições de contribuir para o aperfeiçoamento contínuo da gestão das lojas. E para a indústria teremos informações de extrema relevância ao planejamento estratégico.

Contemplando a fundamental contribuição e a participação da indústria, em nossas ações, criamos o Comitê Indústria e Varejo de Tintas, com o propósito de fomentar as melhorias necessária à rede varejista de tintas, a gestão das lojas e sua conexão com as Macrotendências.

Ricardo ainda convidou a todos para visitar o estande da Artesp na feira e se colocou à disposição para esclarecer qualquer dúvida.

Transformação digital e seus impactos

Na segunda Sessão Plenária da Abrafati 2019, nesta quarta-feira (2), o diretor da Área Digital da Basf para a América do Sul, Fabiano Sant’Ana, mostrou como mudou o comportamento do consumidor, gerando a necessidade de novas estratégias e ações.

Colaboração, inovação, conexão e transformação das experiências dos clientes (e dos clientes de seus clientes) são as palavras-chave da estratégia desenvolvida pela Basf ao longo dos últimos anos para gerar valor para todo o seu ecossistema, tendo como ponto de partida a transformação digital que o mundo vive.

Sant’Ana explicou essa estratégia e as bases utilizadas para defini-la, que exigiram a construção de um amplo acervo de informações e aprendizados, a partir da interação com clientes, fornecedores, escolas, empreendedores, startups, consultores, aposentados e outros públicos.

“Trabalhamos para que cada ação, por mais simples que seja, contemple o olhar pela perspectiva do cliente e considere a geração de impactos positivos, seja por meio de produtos, serviços, soluções, sistemas, plataformas ou experiências”, disse.

Para dar conta dessa complexa tarefa, Sant’Ana se vale de uma sólida formação, que inclui graduação em engenharia eletrônica e telecomunicações pela PUC-MG e pós-graduação pela Fundação Christiano Ottoni. Conta, também, com uma ampla experiência em empresas de grande porte: antes de chegar à BASF para liderar a sua Área Digital, atuou em multinacionais como Saint-Gobain, Samsung SDS, SAP e Invensys.

Sustentabilidade

A 3ª Sessão Plenária da Abrafati 2019, nesta quinta-feira (3), terá como palestrante o presidente do World Coatings Council e da American Coatings Association, Andy Doyle.

Ocupando postos de destaque no cenário mundial da indústria de tintas, Doyle tem uma visão privilegiada sobre o ambiente de negócios e os desafios a serem enfrentados. A partir da sua experiência e do vasto acervo de informações a que tem acesso, ele abordará um tema complexo e fundamental: a sustentabilidade.

O conhecimento abrangente do executivo sobre o tema se deve ainda à sua consistente formação acadêmica, que inclui graduação em Ciências pela University of Maryland e doutorado em Direito pela George Mason University, assim como à sua participação em inúmeras atividades relevantes, sendo presidente, por exemplo, do PaintCare (programa norte-americano de gerenciamento de sobras de tintas) e do Graffiti Resource Council (órgão dedicado à prevenção do uso ilegal ou nocivo de tintas spray).

“Tanto a American Coatings Association quanto o World Coatings Council estão envolvidos em diversas iniciativas para apoiar os esforços dos fabricantes de tintas para atender às demandas da sustentabilidade, ao mesmo tempo em que buscam o consenso global em relação às características básicas de programas efetivos nessa área”, afirma.

Entre os temas que ganharam destaque mais recentemente, Doyle menciona os sistemas de classificação do tipo green building, como o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que, em conjunto com a regulação governamental, estão levando compradores e arquitetos, entre outros públicos, a buscar alternativas mais verdes. Ele acrescenta que, globalmente, esse movimento é impulsionado por acordos e propostas globais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.