IRG 2017 reúne especialistas

No período de 4 a 8 de junho, realizou-se em Gante, Bélgica, o 48° encontro do International Research Group on Wood Protection (IRG-WP). Participaram do evento, representando a Montana e o Brasil, o pesquisador químico Jackson Vidal e a bióloga Mariluz Fernandez Natale. A Montana Química foi uma das poucas empresas da América do Sul a participar.

Segundo Vidal, os organizadores do IRG-WP têm por objetivo incentivar a participação de representantes de outros países e regiões. Inclusive o evento do próximo ano será realizado em Johannesburgo, África do Sul, de 29 de abril a 3 de maio. “Este é um dos maiores encontros internacionais de pesquisadores e profissionais ligados à proteção de madeiras em todo o mundo. Participaram este ano representantes de diversos países europeus, além da China e Estados Unidos, entre outros. Como informação, muitos produtos e processos preservativos nasceram desses encontros, daí a importância de estarmos sempre conectados.”

Registraram-se neste encontro alguns cenários divergentes, na avaliação de Vidal e de Mariluz, quanto ao tratamento preservativo de madeira. De um lado os representantes de países nórdicos, com suas temperaturas mais baixas; do outro os de regiões mais quentes como sul da Europa, Austrália e Brasil. “No ambiente naturalmente frio as ameaças de fungos e insetos são bem menores. Tratam-se de ambientes menos agressivos para madeira, do ponto de vista biológico, e em consequência os tratamentos propostos tendem a ser menos eficazes para outras áreas com temperaturas médias mais elevadas, como no Brasil”, analisou Vidal.

“O mundo todo reconhece a eficiência e a segurança do CCA e CCB, mesmo assim os países europeus não os utilizam devido à rigorosidade da legislação. Mas não dá para abrir mão deles”, disse o químico. “O custo do tratamento da madeira no norte europeu através de processos térmicos ou da modificação química da madeira é elevado. Por outro lado, as categorias de uso das madeiras em relação a finalidade a que se destinam, proporcionam eficiência a custos menores, de acordo com o processo de tratamento e produtos aplicados”, completou.

Modelos como os dos Estados Unidos, Brasil, Austrália e África do Sul, entre outros, baseiam-se nas categorias de uso da madeira. “Esse sistema devidamente normalizado no Brasil (ABNT NBR 16143/13) dá mais racionalidade ao uso da madeira na construção de edificações, proporcionando maior eficácia e segurança do ponto de vista tecnológico e ambiental”, afirma Vidal. “Madeiras certificadas e provenientes do reflorestamento, quando submetidas ao tratamento preservativo industrial e normalizado, têm sua vida útil aumentada, diminuindo a pressão sobre as florestas nativas, racionalizando o seu uso e contribuindo para a sustentabilidade”, enfatizou Mariluz.